A tão aguardada implantação do curso de Medicina no campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em Rio Paranaíba deu mais um o importante nesta quarta-feira (04/06), com uma reunião decisiva no Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Apesar do avanço nas negociações e do compromisso do governo federal em acelerar os trâmites, ainda não há uma data concreta para o início das aulas.
A reunião contou com a presença do reitor da UFV, Demetrius David da Silva; do diretor-geral do campus de Rio Paranaíba, Renato Ruas; do prefeito Major Adriano e do vice-prefeito Lucas Silva; além de representantes de outras entidades regionais, como o CISALP e o Ciminas. O encontro foi articulado pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT) e teve como pauta central a liberação de vagas para contratação de professores e técnicos istrativos, ponto crucial para a viabilização do curso.
Em entrevista concedida à redação do Paranaíba Agora, Renato Ruas explicou que o curso já está aprovado internamente pela UFV, ou pela avaliação da Comissão de Avaliação de Cursos de Medicina (CAMEN) e possui acordos firmados com prefeituras da região para campos de prática. No entanto, a abertura dos concursos para contratação de pessoal ainda depende de autorização formal do MEC, além da liberação de recursos para equipar laboratórios.
“O secretário Marcus Vinícius David se mostrou muito receptivo e se comprometeu a agilizar a análise para liberação dos códigos de vaga ainda neste ano, o que é essencial para que o curso seja incluso no Sisu e, possivelmente, inicie suas atividades em 2026”, afirmou Ruas. Ele pondera, porém, que esse processo envolve etapas complexas e que, mesmo com boa vontade política, não há como confirmar uma data exata de início.
A universidade estima que, após a liberação, serão necessários de seis a oito meses para contratação e planejamento pedagógico. O prazo é apertado, pois para o curso ser ofertado em 2026, a solicitação deve ser feita até agosto deste ano na plataforma do Sisu.
Sobre infraestrutura, Renato destaca que o campus já conta com estrutura suficiente para abrigar os dois primeiros anos da graduação, com nove laboratórios mapeados. Ainda assim, o crescimento do curso demandará novos investimentos no futuro. “Tudo foi muito bem planejado para iniciar com o que já temos. A longo prazo, novas estruturas serão necessárias, mas nada que impeça o início do curso com qualidade”, explicou.
Além da Medicina, também já está aprovado o curso de Enfermagem, que integra a proposta da universidade para ampliar a oferta de formação na área da saúde no Alto Paranaíba. O curso, no entanto, também depende da contratação de novos servidores.
Outro ponto de destaque na entrevista com o diretor Renato Ruas foi o amplo apoio regional que o projeto tem recebido. Câmaras municipais de cidades como Rio Paranaíba, Carmo do Paranaíba, São Gotardo e Serra do Salitre já aprovaram leis transformando seus sistemas de saúde em “saúde escola”, possibilitando a integração prática dos futuros estudantes com a rede pública de atendimento.
O diretor também destacou que a chegada do curso de Medicina terá um impacto transformador para o campus e para toda a região. “Será uma verdadeira revolução, que trará mais alunos, fomentará projetos e agregará valor a todos os cursos da universidade”, frisou.
Durante a conversa, Renato Ruas aproveitou para convidar a população para o SEMEAR 2025, o maior evento de extensão universitária do Alto Paranaíba. A programação conta com palestras, teatro, corrida de rua, exposições, encontro de carros antigos e outras atrações voltadas à educação, lazer e cultura.
Apesar dos avanços significativos, a expectativa pela instalação do curso de Medicina em Rio Paranaíba segue cercada de cautela. A concretização depende, agora, de movimentações internas no MEC e do cumprimento de prazos apertados. Para a comunidade acadêmica e a população da região, a esperança se mantém viva — mas com os pés no chão.