Quem não se lembra da campanha do Vitória em 2017, que garantiu ao time a permanência na Série A, ou a do Atlético em 2019, com conduta equilibrada na reta final do Brasileirão? Nas duas situações as equipes permaneceram na elite, e para isso contaram com dois personagens que agora se encontram no América: o técnico Vagner Mancini e o lateral-direito Patric.
Velhos conhecidos, os dois têm a missão de se inspirar nos feitos conquistados em conjunto para repetir a façanha no Coelho, que briga na parte debaixo da tabela de classificação, com 9 pontos conquistados em 39 disputados na competição.
Apesar de terem ado pelos mesmos clubes em 2012 e 2013 (Náutico e Sport), os caminhos de Mancini e Patric se cruzaram pela primeira vez somente em 2017, no Vitória. O treinador foi contratado em julho para salvar a equipe do rebaixamento para a Série B; em 16 jogos, havia conquistado apenas 12 pontos (quatro vitórias, dois empates e dez derrotas), e ocupava a 19ª colocação da tabela de classificação.
Mancini assumiu a equipe na 18ª rodada, no confronto com a Ponte Preta. adas 20 rodadas, o técnico deixou o Leão da Ilha na 16º colocação, com 43 pontos, mesma pontuação do Coritiba, 17°, e o mesmo número de vitórias. A equipe se salvou por apenas um gol de saldo. Na campanha, estava Patric. O jogador, que estava emprestado ao Sport pelo Atlético, atuou em 33 dos 38 jogos do Brasileirão, sendo titular em 22 partidas (10 com Mancini). O lateral marcou o gol de empate com o Grêmio, em 1 a 1, na Arena do Grêmio, na 34ª rodada.
Dois anos depois, Mancini e Patric se reencontraram, desta vez, no Atlético. O cenário não era tão diferente do encontrado no clube pernambucano. O treinador chegou ao clube para substituir Rodrigo Santana, que foi demitido após sequência de resultados ruins no Brasileirão, com duas vitórias em 11 jogos, além da eliminação na Sul-Americana.
Àquela altura, o Galo tinha 31 pontos, e ocupava a 11ª posição. Mancini então chegou para comandar o time na reta final do torneio e garantir a permanência na elite. A agem no alvinegro durou exatos 58 dias, tempo suficiente para trabalhar com Patric em mais uma oportunidade. Com o treinador, o lateral-direito atuou em nove jogos, sendo titular em oito e marcou um gol no empate em 2 a 2 com o Fortaleza, pela 30ª rodada da competição.
Na partida contra o Botafogo, na penúltima rodada, Mancini inclusive optou por improvisar o jogador na lateral-esquerda na vaga de Fábio Santos, que cumpria suspensão pelo terceiro amarelo. Guga, hoje lateral titular do Atlético, recebeu a oportunidade para atuar no lugar de Patric. O jogador relembrou os momentos vividos com o técnico.
“Tive duas agens com o Vagner Mancini, fomos muito bem, conseguimos alcançar os objetivos individuais e coletivos, isso é importante. E hoje a gente vem no América para que a gente possa ter um bom desempenho, o primeiro objetivo do clube é permanecer, até porque vamos quebrar um tabu que o clube vivencia ao longo desses anos quando tem o o e não tem conseguido a permanência, de ontem para trás, porque daqui para frente vamos alcançar esse objetivo juntos”, destacou Patric em sua entrevista de apresentação no clube.
A trinca mineira
Mancini e Patric têm em comum um feito realizado por poucos: vestir a camisa dos três grandes de Minas Gerais, América, Atlético e Cruzeiro. Mancini treinou o time celeste em 2011 – ano em que livrou o time do rebaixamento -, o Galo e agora o Coelho. Patric, por sua vez, ou pelo Cruzeiro em 2009, emprestado pelo Benfica, de Portugal, o Atlético e ontem, oficialmente, vestiu a camisa americana.
Os dois também estiveram de lados opostos. Mancini comandava o Cruzeiro, em 2011, ano em que se tornou herói ao salvar o time do rebaixamento, com goleada por 6 a 1 sobre o Atlético. Patric já pertencia ao Galo, porém, estava emprestado à Ponte Preta para a disputa do Brasileirão.
Fonte: O Tempo