Cerca de 70% dos supermercados em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina registram problemas com abastecimento devido às manifestações golpistas de caminhoneiros no Brasil, informou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (1º). Não deve haver mudança de preços dos produtos, e as principais baixas são de frutas, legumes e verduras, carnes, frio e laticínios e panificação, respectivamente.
“Principalmente, lojas menores que apresentam mais problemas por causa da capacidade menor de estocagem e abastecimento diário. Nas regiões mencionadas [Estados citados], identificamos que existem basicamente 200 pontos de concentrações, com locais parcialmente bloqueados, e mais de 50 desbloqueados. Quando olhamos as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, algumas categorias podem ficar desabastecidas nos próximos dois ou três dias. Em outras, o reflexo vai acontecer mais adiante. Parte dos supermercados estavam pré-abastecidos. Mesmo que em algumas lojas a situação esteja normalizada, a situação vai piorar”, declarou o vice-presidente da entidade, Marcio Milan.
“Uma das preocupações é em relação às lojas do Ceasa. Há necessidade que o setor faça entrega. O movimento dos consumidores intensificou nos supermercados, provavelmente com preocupação do consumidor. A preocupação também é com relação ao que vai acontecer com produtos que vão estragar na cadeia. Existe possibilidade de vários produtos se perderem. Mesmo que termine hoje o risco de falta de abastecimento ocorre”, completa. Após o fim das paralisações, o cenário deve ser reestabelecido entre dois e três dias, segundo o empresário.
Questionado, Milan declarou que a associação não fará análise do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), que minimizou os atos antidemocráticos. Ele pontuou que não há diálogo direto com a categoria.
A declaração de manifestantes que fecham rodovias – estaduais e federais – pelo país sobre a existência de uma fraude nas eleições deste ano não encontra amparo legal. A Justiça Eleitoral, além de entidades nacionais e internacionais que participaram da fiscalização do pleito, confirmaram a lisura do processo. Da mesma forma, a possibilidade de uma ‘intervenção militar’ com base no artigo 142 da Constituição, pedida por grupos de manifestantes, não tem respaldo na lei brasileira e pode resultar em processo judicial para quem fizer esse pedido.
O Tempo