Na esteira do boom de estabelecimentos que vendem produtos perto da data de validade, supermercados de Minas Gerais estudam possibilidades de disponibilizar nas gôndolas embalagens que já se aproximam do período máximo indicado para consumo. A medida é pensada em uma tentativa também de ofertar preços mais baixos à população.
O cenário foi apresentado por Alexandre Poni, presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis) na abertura da 34ª edição do Congresso e Feira Supermercadista e da Panificação (Superminas). O evento ocorre no Expominas, em Belo Horizonte, entre terça-feira (18) e quinta-feira (20). Conforme Poni, o processo deve ser encarado com naturalidade, e já ocorre também em outros países.
Em Belo Horizonte mesmo, há diversos estabelecimentos do tipo espalhados pela capital. Os locais são conhecidos por preços atrativos para a compra dos produtos perto da data de validade. “O produto perto de vencer é natural. A gente não tem uma matemática perfeita para acertar a conta. Vai acontecer de termos produtos em que a gente pode errar a demanda e ficar com data próxima e aí não é que está apto ao consumo. Mas não é tão fresco como antes”, assinalou o presidente da Amis.
Alexandre Poni ressalta que as análises sobre a venda de produtos nestas condições também pensa na manutenção do consumo pela população. Com a escalada dos preços sobre a cesta básica esse ano, que se aproximou dos R$ 800 no primeiro semestre em BH, consumidores reduziram a compra de alguns itens como leite e carne. “É uma forma de vender mais barato, mas não é a mais desejada”, indicou o representante da associação.
O setor tem utilizado exemplos de supermercados de países europeus, mas preza pela disponibilização de itens frescos. “A gente quer meio que copiar a Europa com produtos perto de vencer ou propriamente vencido com um, dois dias. Porque a validade colocada nos produtos é quase empírica. Não tem uma precisão para falar se vale 30 ou 32 dias. A data de validade é uma garantia, uma segurança. Nós não queremos vender produtos vencidos, nós queremos é democratizar e principalmente diminuir o desperdício”, disse Poni.
Marca própria também é aposta
Em um momento de alta nas compras de itens de marca própria dos supermercadistas, investir na produção de alimentos e produtos de limpeza fabricado pelas redes também é uma tendência para o futuro do setor em Minas. De acordo com o presidente da Amis, estudos são feitos para entender a demanda do mercado e ampliar o mix de embalagens das grandes redes.
“Um produto de marca própria é tendência mundial. A marca própria é uma forma do supermercado fidelizar o produto da sua própria marca. Além disso, não tem o esforço do fornecedor em promover o produto. O supermercado promove o produto de marca e isso gera claro um melhor preço”, destacou o presidente da Amis.
Mas apesar da possibilidade em oferecer um preço mais baixo com a marca própria, por economizar em custos como design das embalagens e otimização de mão de obra, os supermercados afirmam que há um grande investimento para manter um padrão dos produtos. “Não podemos embalar produtos de baixa qualidade”, atestou Poni.
O Tempo